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Um estudo, publicado no jornal Community Dentistry and Oral Epidemiology, com 800 crianças mostrou que a inclusão de açúcar na dieta infantil, e a interrupção precoce da amamentação são os principais fatores para o aparecimento de cáries na primeira infância.
O estudo fez parte do projeto temático, intitulado “MINA study: Maternal and child health in Acre: birth cohort in the Western Brazilian Amazon”, acompanhou crianças nascidas entre 2015 e 2016 em Cruzeiro do Sul, no estado do Acre.
“Alguns estudos anteriores apontaram uma associação entre o aleitamento estendido (por 12 meses ou mais), e a ocorrência de cáries dentais, porém sem levar em consideração o papel dos açúcares adicionais consumidos por essas crianças. Nossa pesquisa constatou que o aumento do risco de cárie no contexto da amamentação prolongada é relacionada também ao consumo de açúcar”, afirmou Marly Augusto Cardoso, pesquisadora do projeto e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP.
“Os resultados corroboram resultados de pesquisas anteriores sobre o papel dos açúcares livres no desenvolvimento de cáries dentais. A lactose do leite materno sozinha não é o suficiente para causar o problema. Praticamente todas as crianças participantes da pesquisa foram expostas a açúcares livres muito cedo”, afirma Jenny Abanto, primeira autora do artigo.
O estudo foi conduzido como parte de seu pós-doutorado em parceria ao departamento de epidemiologia da FSP-USP. Abanto é também professora na Faculdade de Medicina e Odontologia São Leopoldo Mandic, em São Paulo.
Cáries foram encontradas em 22.8% das 800 crianças acompanhadas. Isoladamente, essa proporção significa que crianças amamentadas por mais de 24 meses tem mais risco do que aquelas amamentadas por 12 meses ou menos. Contudo a incidência de cáries diminuiu juntamente ao consumo de açúcar nesse período de formação.
“Observamos que a amamentação durante 24 meses reduziu o consumo de alimentos ultra processados ou alimentos com adição de açúcar, atuando como um fator de proteção contra cárie dentária”, disse Cardoso.
Informações sobre a alimentação foram conseguidas a partir de entrevistas com as mães ou responsáveis pelas crianças, sobre o que elas ingeriram nas 24 horas anteriores. A quantidade de açúcar adicionado a uma variedade de alimentos e bebidas, como chás, sucos, leite e papinhas, por exemplo, também foram considerados.
Apenas 2.8% das crianças estudadas nunca consumiram açúcar antes dos 2 anos, e 66.7% consumiam açúcar adicional mais de 5 vezes no dia. Só 7.6% não consumiram nenhum açúcar adicional no primeiro ano de vida.
A frequência do aparecimento das cáries variava de acordo com a renda familiar, grau de escolaridade, e a cor de pele da mãe ou pessoa responsável. O índice foi maior entre os filhos de mulheres pretas, de classe baixa e baixa escolaridade.
O alto consumo de açúcar resulta na formação de um biofilme dentário cariogênico, conhecido como placa bacteriana. O leite materno é modificado quando em contato com a placa dentária, o que ajuda na desmineralização do esmalte do dente, mas o consumo de açúcar engatilha o processo. A frequência com que a placa é exposta ao leite materno é provavelmente o fator principal no aumento do risco de cáries em crianças de mais de um ano, em fase de amamentação.
“Mesmo se tratando de dentes de leite, os hábitos alimentares, como o alto consumo de açúcar na infância, tendem a permanecer os mesmos ao longo da vida, aumentando os riscos de cáries futuras. Outros estudos mostram que aqueles que desenvolvem cáries durante a infância, costumam desenvolver também durante a adolescência”, reforça Jenny Abanto.
Até sucos 100% naturais são desencorajados nos primeiros 12 meses de vida da criança, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério da Saúde. Mesmo não contendo açúcares adicionais, o açúcar natural das frutas quando maceradas tem efeitos parecidos com a sacarose vinda da cana-de-açúcar, por exemplo.
“A OMS recomenda a amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses e defende a continuação da amamentação sob demanda até os 2 anos de idade, introduzindo frutas e outros alimentos sólidos a partir dos 6 meses de idade. Ela também aconselha contra a adição de açúcar até os 2 anos de idade”, completa Cardoso.
Fonte: https://www.dentalpress.com.br/
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